sábado, 31 de março de 2012

A influência do futebol na Sociedade

Por Caroline Costa


Garotos com nome de jogador de futebol, adultos apaixonados por álbuns de figurinhas sobre o assunto, filmes e livros que relembram trajetórias de mitos do esporte mundial. Até que ponto vai a inter-relação entre as atividades esportivas e a cultura de uma nação? Como o futebol é capaz de interferir na formação social e intelectual no Brasil?


As histórias do vendedor André Augusto de Almeida, de 32 anos, e do publicitário Felipe Bores, de 26, ilustram bem esta febre. Estes "marmanjos" são verdadeiros fanáticos pelo futebol e expressam esta paixão de uma maneira inusitada. Eles são colecionadores de camisas de futebol. Juntos, possuem cerca de 600 exemplares. "O que me motiva a cada dia é comprar novos itens, é a vontade de ter uma coisa que eu não vou ver mais ninguém usando", afirma Almeida.


O casamento também faz uma tabela na música. Júnior, ex-jogador do Flamengo e agora comentarista de TV, tentou transferir o sucesso do gramado para o timbre nos microfones. Em 1982, antes da Copa do Mundo da Espanha, ele gravou "Voa Canarinho", que embalou o futebol-arte da época. "Todo jogador gostaria de ser um pouco cantor, e todo cantor gostaria de ser um pouco jogador de futebol", diz Júnior.


Bem entrosado, o assunto não poderia faltar à literatura. A produção de obras com enfoque no esporte surgiu em larga escala a partir do fim da década de 1990. Bom exemplo disso é o livro "Estrela Solitária: um Brasileiro Chamado Garrincha", de Ruy Castro, que conta a trajetória vitoriosa da carreira de Garrincha, uma lenda do futebol brasileiro, e seus deslizes.


Estas manifestações culturais demonstram o quanto o esporte está embutido no dia-a-dia das pessoas, desde os gestos mais simples. Seja em filmes, músicas, coleções, livros ou blogs, o esporte (e principalmente o futebol) ganha terreno na formação social do brasileiro e influencia a cultura de todo o país.


A seleção brasileira foi pentacampeã do mundo com um lateral-esquerdo chamado Roberto Carlos. No Vasco campeão da Libertadores em 1998, o zagueiro central tinha nome de música do Rei da Jovem Guarda Odvan. O artilheiro do Vitória na virada de século foi batizado com grife de galã de cinema: Allan Delon. Outro artilheiro com passagem por vários clubes tem nome e sobrenome de banda: Creedence Cleawater Couto, hoje no Madureira.


No dia-a-dia dos clubes e da seleção, não faltam exemplos relacionando o futebol ao cinema e à música. Esse fenômeno não é apenas brasileiro. Em qualquer país apaixonado por futebol, os dribles e os craques não fascinam apenas torcedores, mas também diretores de cinema, compositores, cantores e atores. Todos aproveitam a popularidade do esporte para conquistar espectadores e vender álbuns.


A maior mostra dessa intensa relação do futebol com o cinema e a música é a trajetória de Pelé, o maior jogador de todos os tempos. Além de conquistar três Copas do Mundo e dois mundiais interclubes com o Santos, o atleta do século participou de nada mais nada menos do que dez filmes e ainda gravou e compôs músicas ao lado de monstros sagrados como Roberto Carlos e Elis Regina.


No time dos artistas apaixonados por futebol, há Jorge Benjor, Chico Buarque, Simoninha, Walter Salles, Ugo Giorgetti. Sobram exemplos para mostrar que o esporte tem tudo a ver com música e cinema.


http://www.abril.com.br/noticia/esportes/no_289220.shtml
http://www.abril.com.br/noticia/esportes/no_289074.shtml

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